Ocorreu no dia 04 de abril de 2024, no auditório da Embrapa Meio-Norte, o Simpósio de Integração: Lavoura, Pecuária, Floresta do MATOPIBA, que abordou os benefícios e desafios da adoção de sistemas integrados em regiões de fronteira agrícola do Cerrado. O público formado técnicos de assistência técnica, consultores, produtores, estudantes de graduação e pós0graduação em ciências agrárias, teve uma intensa e valiosa programação:
A ECO Empreendimentos Ambientais fez-se presente por meio de seu representante, o Engenheiro Florestal Iagor Augusto Goettems, supervisor técnico na produção de mudas florestais da Eco Piauí, o qual parabenizou a Embrapa pelo excelente evento, ao mesmo tempo que a ECO considera como sendo de muita valia os temas abordados em tempos em que questões ambientais e o processo produtivo não podem estar dissociados.
"Sobre o Matopiba
O Matopiba é uma região formada pelo estado do Tocantins e partes dos estados do Maranhão, Piauí e Bahia, onde ocorreu forte expansão agrícola a partir da segunda metade dos anos 1980, especialmente no cultivo de grãos. O nome é um acrônimo formado pelas siglas dos quatro estados estados (MA + TO + PI + BA).
A topografia plana e o baixo custo das terras comparado às áreas consolidadas do Centro-Sul levaram alguns produtores rurais empreendedores a investir na então nova fronteira agrícola. A expansão aconteceu sobre áreas de cerrado, especialmente pastagens subutilizadas, e só foi possível pela disponibilidade de tecnologias para viabilizar os plantios nas condições locais. Os sistemas de produção são intensivos desde a implantação e buscam alta produtividade.
O movimento levou o Governo Federal a solicitar à Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) um estudo sobre a região, por meio de acordo de cooperação técnica com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). O trabalho avaliou as características naturais, as questões fundiárias, o perfil da agropecuária, a infraestrutura e as condições socioeconômicas locais (Acesse o geoweb com os dados). Chegou-se, assim, à delimitação do Matopiba, oficializada em decreto da Presidência da República, em 2015. Ela compreende 337 municípios em 31 microrregiões geográficas, que somam cerca de 73 milhões de hectares.
A produção agropecuária do Matopiba é marcada pelas grandes colheitas de grãos, especialmente soja, milho e algodão. Há cerca de 4.800.000 hectares com plantio de soja que somaram a produção total de 18,5 milhões de toneladas na safra 2022/23, o que representa cerca de 12,3% do total produzido no Brasil.
A porção baiana da região é a segunda maior produtora brasileira da fibra, atrás apenas do estado do Mato Grosso. O Oeste baiano representa o espaço mais antigo e mais fortemente consolidado do Matopiba. A despeito dos regimes de chuva mais restritos (o que limita a safrinha não-irrigada) e do predomínio de solos de textura mais arenosa, a sua elevada altitude, associada com relevos pouco movimentados, contribuiu para o sucesso da experiência agrícola na região.
Apesar de grande parte da área ser dedicada à agricultura de grãos, além de imensas áreas de pecuária, os imóveis rurais da região também abrem espaço para frutas, raízes e tubérculos, espécies florestais e pecuária (Conheça a produção, município a município).
Há que se destacar a imensa planície de alagamento da bacia hidrográfica Araguaia-Javaés, no Sudoeste do estado do Tocantins, onde o arroz irrigado durante a estação chuvosa e a soja-semente subirrigada durante o período seco têm garantido excelente desempenho.
Mais recentemente, o avanço da agricultura na porção Leste do Pará tem chamado a atenção de muitos, a ponto de sugerirem a incorporação desta parte do território no conjunto do Matopiba, ampliando assim os contornos da fronteira de expansão agrícola.
Características
O Matopiba está inserido predominantemente no bioma Cerrado. Cerca de 66,5 milhões de hectares (91% da área) estão compreendidos nos domínios deste bioma, enquanto fatias menores estão contidas na Amazônia (5,3 milhões ha ou 7,3% da área) e Caatinga (1,2 milhão de hectares ou 1,7% da área). Em razão de seu posicionamento em baixa latitude, associado geralmente à baixa altitude, as temperaturas são elevadas (à exceção do Oeste baiano, onde as temperaturas costumam ser mais amenas em razão da maior altitude).
Tem-se o predomínio do clima tropical semiúmido (~78% do território), com temperaturas médias acima de 18°C em todos os meses do ano e períodos de seca entre 4 e 7 meses, de modo geral, coincidente com o semestre de inverno. É o típico clima dos Cerrados, com alternância de estações secas e úmidas. O limite Leste tende a ser mais seco, aproximando-se do clima semiárido das Caatingas, com baixa umidade e precipitação (6-7 meses secos) e temperaturas elevadas (acima de 18°C em todos os meses do ano). Por sua vez, o limite Oeste tende a exibir volumes de precipitação mais abundantes, encolhimento da estação seca e queda dos déficits hídricos anuais.
Como esperado para os solos desenvolvidos sob condições tropicais, estes quase sempre possuem baixa fertilidade natural, além de perfis de avançado grau de intemperismo, quase sempre associados às vastas superfícies aplainadas que conferem adequação à mecanização agrícola. Dentre estes, cabe destaque aos Latossolos, aos Plintossolos (particularmente aos Plintossolos Pétricos por sua grande expressão, mas também aos Háplicos e Argilúvicos que ocupam grandes extensões nas planícies do sistema Araguaia-Javaés, no Sudoeste do Tocantins), assim como também aos Neossolos Quartzarênicos, associados à Bacia Sedimentar do Parnaíba."
https://www.embrapa.br/tema-matopiba/sobre-o-tema
A ECO Empreendimentos Ambientais fez-se presente por meio de seu representante, o Engenheiro Florestal Iagor Augusto Goettems, supervisor técnico na produção de mudas florestais da Eco Piauí, o qual parabenizou a Embrapa pelo excelente evento, ao mesmo tempo que a ECO considera como sendo de muita valia os temas abordados em tempos em que questões ambientais e o processo produtivo não podem estar dissociados.
"Sobre o Matopiba
O Matopiba é uma região formada pelo estado do Tocantins e partes dos estados do Maranhão, Piauí e Bahia, onde ocorreu forte expansão agrícola a partir da segunda metade dos anos 1980, especialmente no cultivo de grãos. O nome é um acrônimo formado pelas siglas dos quatro estados estados (MA + TO + PI + BA).
A topografia plana e o baixo custo das terras comparado às áreas consolidadas do Centro-Sul levaram alguns produtores rurais empreendedores a investir na então nova fronteira agrícola. A expansão aconteceu sobre áreas de cerrado, especialmente pastagens subutilizadas, e só foi possível pela disponibilidade de tecnologias para viabilizar os plantios nas condições locais. Os sistemas de produção são intensivos desde a implantação e buscam alta produtividade.
O movimento levou o Governo Federal a solicitar à Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) um estudo sobre a região, por meio de acordo de cooperação técnica com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). O trabalho avaliou as características naturais, as questões fundiárias, o perfil da agropecuária, a infraestrutura e as condições socioeconômicas locais (Acesse o geoweb com os dados). Chegou-se, assim, à delimitação do Matopiba, oficializada em decreto da Presidência da República, em 2015. Ela compreende 337 municípios em 31 microrregiões geográficas, que somam cerca de 73 milhões de hectares.
A produção agropecuária do Matopiba é marcada pelas grandes colheitas de grãos, especialmente soja, milho e algodão. Há cerca de 4.800.000 hectares com plantio de soja que somaram a produção total de 18,5 milhões de toneladas na safra 2022/23, o que representa cerca de 12,3% do total produzido no Brasil.
A porção baiana da região é a segunda maior produtora brasileira da fibra, atrás apenas do estado do Mato Grosso. O Oeste baiano representa o espaço mais antigo e mais fortemente consolidado do Matopiba. A despeito dos regimes de chuva mais restritos (o que limita a safrinha não-irrigada) e do predomínio de solos de textura mais arenosa, a sua elevada altitude, associada com relevos pouco movimentados, contribuiu para o sucesso da experiência agrícola na região.
Apesar de grande parte da área ser dedicada à agricultura de grãos, além de imensas áreas de pecuária, os imóveis rurais da região também abrem espaço para frutas, raízes e tubérculos, espécies florestais e pecuária (Conheça a produção, município a município).
Há que se destacar a imensa planície de alagamento da bacia hidrográfica Araguaia-Javaés, no Sudoeste do estado do Tocantins, onde o arroz irrigado durante a estação chuvosa e a soja-semente subirrigada durante o período seco têm garantido excelente desempenho.
Mais recentemente, o avanço da agricultura na porção Leste do Pará tem chamado a atenção de muitos, a ponto de sugerirem a incorporação desta parte do território no conjunto do Matopiba, ampliando assim os contornos da fronteira de expansão agrícola.
Características
O Matopiba está inserido predominantemente no bioma Cerrado. Cerca de 66,5 milhões de hectares (91% da área) estão compreendidos nos domínios deste bioma, enquanto fatias menores estão contidas na Amazônia (5,3 milhões ha ou 7,3% da área) e Caatinga (1,2 milhão de hectares ou 1,7% da área). Em razão de seu posicionamento em baixa latitude, associado geralmente à baixa altitude, as temperaturas são elevadas (à exceção do Oeste baiano, onde as temperaturas costumam ser mais amenas em razão da maior altitude).
Tem-se o predomínio do clima tropical semiúmido (~78% do território), com temperaturas médias acima de 18°C em todos os meses do ano e períodos de seca entre 4 e 7 meses, de modo geral, coincidente com o semestre de inverno. É o típico clima dos Cerrados, com alternância de estações secas e úmidas. O limite Leste tende a ser mais seco, aproximando-se do clima semiárido das Caatingas, com baixa umidade e precipitação (6-7 meses secos) e temperaturas elevadas (acima de 18°C em todos os meses do ano). Por sua vez, o limite Oeste tende a exibir volumes de precipitação mais abundantes, encolhimento da estação seca e queda dos déficits hídricos anuais.
Como esperado para os solos desenvolvidos sob condições tropicais, estes quase sempre possuem baixa fertilidade natural, além de perfis de avançado grau de intemperismo, quase sempre associados às vastas superfícies aplainadas que conferem adequação à mecanização agrícola. Dentre estes, cabe destaque aos Latossolos, aos Plintossolos (particularmente aos Plintossolos Pétricos por sua grande expressão, mas também aos Háplicos e Argilúvicos que ocupam grandes extensões nas planícies do sistema Araguaia-Javaés, no Sudoeste do Tocantins), assim como também aos Neossolos Quartzarênicos, associados à Bacia Sedimentar do Parnaíba."
https://www.embrapa.br/tema-matopiba/sobre-o-tema